O banco do Dakota

Naquele banco estreito,

Sob a lua semi coberta,

Com meus pensares e amargores,

De passados desamores

E um futuro consumado

Para um peito fatigado

Do pouco que se teve,

Pro tanto que se quer.

Depois do alecrim

E do manjericão,

Um passo rumo ao sim,

E outro sem direção.

O gosto do travesseiro,

familiar e passageiro,

salgado do lacrimejo,

contrário do que desejo

Custa a sair da boca,

e custa mais ao coração

que não tem como saber

quando vai sofrer.

A

Azedo.
Azul.
Apático.
Antipático.

Apaixonado, só que não.

A arte e o abandono

Eu sou passageiro,

o efêmero, inconstante.

O nunca sempre presente.

O sempre abandonante.

O que deixa pegadas

e contratos de aluguel pela metade.

Amizades na saudade

ou no esquecimento

como detrimento, ora

nas buscas e nos destinos

da minha arte pobre

mas em parte nobre.

Hora assim, hora assada,

mas sempre minha.

Pois ela sou eu,

e eu sou ela.

Concomitantes,

moradores de si mesmos.

Ela em mim e eu nela.

Minha casa confortante.

Meu amor inebriante.

Meu amigo confidente.

Minha única certeza

na alegria e na tristeza,

que me puxa ou me afunda,

que me seca ou me inunda,

mas que sempre me inspira

e que eu nunca abandono.

A estação de trem

Existe uma estação,

nem muito longe, nem muito perto,

pra onde todos vão e pra onde alguns voltam.

Uns esperam pra chegar, ou esperam pra sair.

Alguns esperam muito, outros não esperam nada.

Há trens adiantados e você perde o embarque.

Por outros espera-se muito e eles nunca chegam.

Os certos chegam na hora que você precisa.

Embarque e aproveite o passeio.

Os errados não existem. 

Se for o seu destino, pega a linha sem destino.

Que alguns chamam de sorte e outros não chamam de nada.

Você pode achar que pegou esse trilho

e de repente volta pra estação.

Dê tchau pro trem que te deixa. 

e guarde o passeio no coração.

Merlot

Me senti super poético, amargo, blue...


mas era só o álcool.

Ansiedade criativa

Me sinto insano pela primeira vez na vida. Sempre me senti diferente de todo mundo, mas insano, nunca passei perto.

Nos últimos 2 meses estou me sentindo fora de mim e tem sido angustiante, mas ao mesmo tempo enriquecedor. É como se eu soubesse que algo está para acontecer comigo, artisticamente falando. Como se eu tivesse a um passo de fazer algo realmente importante.

Desde criança desejei ser famoso. Mas ao contrário do que muitos pensariam ao ler essa frase, sempre desejei ser famoso pela minha arte.É como se, alcançando isso, eu me tornasse imortal pra esse mundo. Como se fosse uma forma de nunca ser esquecido mesmo depois de não estar mais aqui. Esse sempre foi meu desejo. Mas agora me questiono. Talvez não seja certo "buscar" a fama, isso soa tão prepotente. E talvez eu sempre tenha sido um tanto prepotente mesmo. Andei ouvindo isso até de quem não tem laços fortes comigo. Penso se o mais razoável não seja simplesmente me enriquecer artisticamente e ter muitas experiências de troca na vida, que consequentemente, meu trabalho se tornará rico e a tal da fama virá sozinha a mim. Ela vai vir me procurar. Um pensamento que soa um tanto prepotente também...rs. Mas, enquanto eu fico entre a incerteza da afirmação e a busca do reconhecimento, tenho sido atacado por explosões de ansiedade que tem me deixado acordado madrugada adentro por semanas. Ansiedade criativa me causa insônia.

E eu estou amando. E isso é tão bom. Nada das paixões desenfreadas e construídas ilusioriamente pela vontade de ter algo, mas um amor calmo e tranquilo, como o poeta já "queria". Talvez isso seja um sinal de evolução pra minha arte. Talvez eu precisasse de um amor estável e agradável pra finalmente poder me concentrar na minha arte. Agora vejo sentido nas coisas, talvez tenha sido esse o plano. E me sinto grato. Tão grato.

Minha segunda caipirinha está começando a falar por mim.

Dice Guys

Dice Guys

Undeniable, deliciously irresistible,
The taste of their lips will brake your ego.
Mama could´ve told me ´bout guys:
They roll faces, just like a dice.

Some will be sweet,
I don´t want it (well, just a bit)
Nothing I would care about.
But something some would die without.

Others won´t be ready,
You have to push them through,
For when you´re not steady,
you find yourself alone, just you.

Dice guys, don´t be like that,
You´ll be happy, that I bet.
Please be true, Dice guys
Don´t put feelings behind your eyes.

So, a bunch will just be mean,
And tear your soul all apart.
They´ll do things you´ve never seen,
Just to hurt and brake your heart.

Balls some will lack,
Afraid of telling the truth,
You´ll may wanna get back,
but that will bitter your youth.

So, if you find out why they hide,
the good face - let me know.
Maybe then I´ll feel alive,
having a love of my own.

Vivendo do que poderia ter sido

Estou desiludido. Quem eu quero nunca me quer.

As pessoas falam: você é bonito, inteligente, como está sozinho?

Não depende tanto de mim seus idiotas. Quem eu começo a gostar simplesmente perde o interesse em mim. Já comecei a achar que é uma constante. Sempre tem gente interessada em mim, mas eu não quero me enganar nem enganar ninguém. Quero realmente sentir vontade de ficar com alguém, mas eu não sei o que acontece. Quando começo a gostar de alguém, alguma coisa acontece que eu simplesmente me torno alguém desinteressante pra pessoa. Ela perde o interesse. Não tenho nem a chance de conhecê-la melhor ou de pertimir-me ser conhecido melhor.

E isso é tão triste!!!

às vezes desejo realmente não gostar de ninguém nunca mais, por que eu sou uma pessoa tão forte, mas quando se trata de assuntos do coração, o meu se quebra tão fácil quanto uma taça de cristal. Mas eu sei que sempre vai existir um pedacinho de mim que ainda acredita no amor, e é isso que sempre perde um pedacinho, a cada vez que o cristal se quebra....


Sabe o que eu não quero? passar pela vida sem realmente amar alguém, que me ame de volta. Que tenha uma história comigo. Qual a razão da vida se eu não vivenciar isso? Trabalho e coisas materiais eu não levo daqui quando eu morrer...

Parece drama, mas às vezes tenho medo de ter vindo pra esse mundo para não ser correspondido.

An everything man

"I want someone who respects my independence, but also wants to take care of me. Someone who is secure, but also gets jealous. Someone who trully listens to me, but also wants me to kind of shut up. I want an everything man."

9 e 10.

Eu não costumo procurar padrões pras coisas ruins que acontecem na minha vida, mas setembro e outubro sempre são meses sofridos. Tem sido assim nos últimos 4 anos. As melhores e piores coisas relacionadas ao amor aconteceram comigo nessa época.

A época chegou e cá estou, a ponto de cair novamente no padrão, a ponto de me apaixonar, já escutando Against All Odds e respirando fundo. Porque no fundo, eu quero o amor doloroso, que corrói e angustia o coração, que me traga aquele sentimento misterioso da infância de aguardar pelo desconhecido, sabendo que ele vai ser muito bom, mas que vai doer. Que ele vai me abandonar, mas que um dia vai voltar. E que esse "um dia" seja todos os dias, no qual eu sinta a dor da partida pela manhã, doendo como se fosse uma espera eterna, mas que dure eternamente apenas até o anoitecer.

Mesmo já tendo tido algumas decepções amorosas, não considero que nenhuma delas foi de amor, porque eu simplesmente não sinto que tenha sido amado de volta, e amor partindo apenas de mim não é o tipo de amor que eu quero; aquele que transcenda a própria vida, que seja feito de juras de amor que extrapolem o limite da finitude humana, que seja aquele à base de trilhas sonoras, que seja vendido em filmes mamão-com-açúcar e nos quais eu acredito, pois a arte sempre imita a vida.

As músicas estão no meu fone de ouvido.
Estou à espera daquele que será o "you" das letras.